Alegoria da Caverna

Imagine viver uma vida inteira e descobrir de maneira abrupta que suas vivências não eram reais, que o que via não passava de sombras. A escuridão de seus pensamentos é iluminada pelo novo mundo e você percebe, finalmente, que existe um mundo além daquele antes conhecido.

No filme Matrix, o protagonista Neo Anderson, um hacker de computador, descobre em uma de suas invasões um programa que mudaria sua vida, a matrix. Depois disso ele é perseguido por um grupo estranho de pessoas que dizem ser hackers e que oferecem ao Neo duas possibilidades: conhecer a verdade sobre o mundo em que vive e mudar sua vida para sempre ou continuar a ser enganado pela matrix. Neo opta pela verdade, e descobre que tudo aquilo que viveu não passava de uma ilusão.

Esse fenômeno é visto na obra mais importante de Platão, A República, no diálogo entre Sócrates e Glauco onde o nos é apresentada a Alegoria da caverna. Sócrates propõe: imagine um grupo de pessoas, com as mãos amarradas à parede de uma caverna desde a infância. Imagine também que por trás desses homens há uma fogueira e eles somente visualizam as sombras projetadas na parede daqueles que passavam por esta fogueira.

Dado um certo momento, e por motivos desconhecidos, um desses homens liberta-se e com muito impedimento sai da caverna. Ao sair, sente dificuldade em abrir os olhos devido à luz do sol, mas com o tempo acostuma-se e consegue vislumbrar o que está ao seu redor. Maravilhado com este novo mundo, vê-se diante de duas possibilidades: viver a sua liberdade ou retornar à caverna e libertar seus companheiros. Caso retorne, será julgado como louco, mas poderia ser uma atitude necessária por ser algo justo a se fazer.

Todo o diálogo entre Sócrates e Glauco busca mostrar o elemento primordial de um bom governante, o conhecimento. Dessa forma, o homem liberto da caverna seria a representação dos filósofos que na construção de Platão de um modelo de política ideal seriam os governantes.